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Grupos Islâmicos Exigem Revisão das Leis Australianas sobre Terrorismo

11:56 - April 26, 2024
Id de notícias: 2612
IQNA – Uma aliança dos principais grupos islâmicos na Austrália exigiu uma revisão das leis antiterrorismo do país, sublinhando a necessidade de eliminar o conceito de “terrorismo de motivação religiosa” da legislação.
“A presunção de que o terrorismo está inerentemente ligado à religião não é apenas imprecisa, mas prejudicial”, disse a porta-voz do grupo, Ramia Abdo Sultan, numa conferência de imprensa, informou a ABC News na sexta-feira.
 
  “Este equívoco persiste apesar do extenso trabalho académico que demonstra que o terrorismo é impulsionado por motivos políticos e ideológicos, e não pela fé religiosa”, acrescentou.
 
Abdo Sultan criticou o diretor-geral da ASIO, Mike Burgess, por usar uma linguagem carregada, como “extremismo violento sunita com motivação religiosa”. Ela argumentou que esta abordagem alimenta a islamofobia, marginaliza a comunidade muçulmana e mina a coesão social.
 
O apelo à mudança surge na sequência do esfaqueamento do bispo Mar Mari Emmanuel na Igreja Ortodoxa Assíria Cristo Bom Pastor, no sudoeste de Sydney, em 15 de abril. sobre o esfaqueamento.
 
Em resposta ao incidente, cerca de 400 agentes da Equipa Conjunta de Contra-Terrorismo (JCTT) invadiram 13 endereços em Sydney, prendendo sete jovens e interrogando mais cinco. Cinco rapazes, com idades entre os 14 e os 17 anos, foram acusados de vários crimes, incluindo conspiração para preparar ou planear um acto terrorista.
 
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A vice-comissária da Polícia Federal Australiana, Krissy Barrett, alegou que a operação policial descobriu “uma rede de associados e colegas que… partilham uma ideologia extremista violenta semelhante” à do alegado agressor da igreja.
 
No entanto, a aliança de grupos islâmicos manifestou preocupação com o que descreveu como “um padrão preocupante de táticas questionáveis de aplicação da lei”.
 
Abdo Sultan apelou a uma revisão imediata dos processos que levaram às operações para garantir “transparência e responsabilização”. Ela questionou a necessidade e a forma destas operações, citando a falta de provas que apontassem para uma ameaça ou plano concreto entre os jovens. “Essa falta de transparência agrava a angústia em nossa comunidade”, disse ela.
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